segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Hibernate


Sinto a tua falta. Fazes-me falta. 


Há um vazio aqui, impossível de preencher. Perdi a noção do tempo, sinto falta de sorrir contigo, da provocação mútua, daquilo que foi e já não volta. A necessidade de hibernar impera. Para me resguardar do frio que aí vem, para me abrigar de tempestades que não sei se quero na minha vida. Para me proteger da mágoa de não te ter, mesmo que por decisão minha. 


Sinto a tua falta. Fazes-me falta. E por isso hiberno. Para esquecer(te) sem que te mantenhas no meu subconsciente. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Gentleman


 Hoje acordei assoberbada. Sonhei contigo, a fugir de ti e do que me fazes sentir de forma intemporal, até que me trancas no teu abraço e me sentas na bancada da cozinha. Deixo-me levar pela tua voz "Shhh, shhh, shhh, shhh... deixa-te levar Alice. Fecha os olhos e sente(me)". Como não ceder? Fecho os olhos, bem mandada, e sinto(te). O teu toque viril, nada subtil, o teu cheiro, a tua respiração perto do meu pescoço sem me beijares uma única vez. Sinto o teu roçar em mim, na tua figura sóbria junto, sempre bem engomado. Desces para o meu peito e inalas profundamente, soltando um esgar pazeiroso e abraças-me fortemente.

- Almoça comigo em breve, Alice. Já estás pronta para mim. - passas a tua língua sobre os meus lábios e sais.

Foi assim que abri os olhos, ofegante, expectante, a escorrer por ti. 
 Só te verei novamente nesse almoço.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Fog

 


Terminamos assim, de acordo com o tempo que tudo deixa pouco visível, com um nevoeiro que se adensa e desmoraliza.

Faço uma pausa no trabalho, espreguiço-me enquanto espreito para lá da janela e suspiro profundamente. Essa tua superficialidade deixou-me exasperada. Levanto-me e sigo para os jardins do palácio, tentando no entanto afastar todo e qualquer contacto que tive contigo neste ainda passado recente. Isto tem-me consumido mais do que era suposto, quando deveria ser precisamente o contrário; uma fonte de bem-estar e leveza constantes.

Terei de te deixar ir, já que em nada me acrescentas ou alimentas. A minha intensidade não me permite esta pacatez, esta espécie de grande lago que se formou entre nós. Necessito das ondas, do vento, do ruído natural da minha praia, onde sei que, apesar do nevoeiro, o sol espreitará a qualquer momento.

Deixo-te um beijo nos lábios, esperando voltar a reencontrar-te com todas as borboletas na barriga que esse teu maravilhoso sorriso me proporciona.

Terminamos assim, de acordo com o tempo que tudo deixa pouco visível, com um nevoeiro que se adensa e desmoraliza.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

End


 

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Weather


O tempo está estranho. Estranho como eu, que desde pequena carrego a mesma sensação de não me encaixar em lado nenhum. Já não se trata de uma questão de perfeição… não sou perfeita, nunca serei, e caminho devagar com esse facto assumido, sem que me cause incómodo. Não sou perfeita, e sei que isso faz todo o sentido.

Mas continuo assim, estranha. Feliz quando o sol brilha radiante, abatida quando a chuva cai. Ou o contrário, irritada por estar farta do sol, mas feliz ao pisar esta praia que é minha, sentindo a chuva no rosto enquanto caminho.

Fazes-me falta. Quão egoísta pode parecer dizê-lo, mas fazes-me falta. Sinto falta do teu toque, aquele que nunca tive, do aconchego de um abraço que segura tudo o que está prestes a desmoronar. Relembro em loop as conversas que já trocámos, o que queremos e não podemos. Estranho o teu silêncio, sabias? Quero-te aqui, presente, de forma constante, tão intenso quanto eu. Quero ouvir-te, sentir-te, cheirar-te. Quero sentar-me contigo na areia e conversar em silêncio, apenas a ouvir o mar. Faz sentido? Para nós, todo.

Fazes-me falta.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Courage

 

Estou a dias de te procurar, de te ouvir, de te ver, de correr para os teus braços, com todo o desejo e nervosismo que tal acção acarreta. 

Sinto tanto a tua falta. Do teu olhar, da tua voz, do teu sorriso, do teu toque, do teu calor… toda eu me sinto embrulhada numa ansiedade desmesurada, de estômago virado do avesso, só por pensar em ti. 

Acho que derreterei mal (re)veja esse sorriso espelhado no meu. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Beach


Sal, calor, areia, suor, mar, sol… É isto que me surge na mente quando penso em ti. 

Toda a angústia que senti ao deixar-te para trás trouxe-me à memória as antigas paixões de verão nas colónias de férias mistas da minha pré (e) adolescência. Ela da linha de Sintra; ele, do coração do Alentejo; encontram-se na colónia de férias de Valadares e acabam por se apaixonar e viver um romance de duas semanas tão intenso quanto efémero.

Assim fomos nós nas nossas duas semanas. O (re)conhecer-mo-nos após um mês de interregno, a troca de olhar, o sorriso tímido, a jovialidade proveniente de ti que tanto me fascinou, as pequenas estórias que trocámos mesmo com a barreira linguística existente. 

Apenas dois dias passaram desde que te vi pela última vez. Desde que senti o calor do teu toque pela última vez. Desde que ouvi a tua voz pela última vez. Desde que o teu sorriso me desarmou pela última vez. Quero-te tanto que desejo profundamente que não tenha sido um adeus definitivo e que a minha angústia seja infundada. Não estou preparada para nunca mais te ver. 

Sal, calor, areia, suor, mar, sol… É isto que me surge na mente quando penso em ti. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Emotional Fatigue


O cansaço emocional é do mais fodido que pode existir. Cansa-nos até às entranhas, sugando-nos a vitalidade ao ponto de uma alegria parecer somente uma ninharia. 

Tenho estado ausente. De tudo. De todos. E é sempre quando assim estou que retornas a mim, como que uma assombração, daquilo que poderíamos ter sido e nunca chegámos a ser. 

Recordo o último dia, em que nada nem ninguém, no meu âmago, poderia abalar a estrutura, para mim mais que sólida, daquilo que (pensava eu) nos unia. Recordo também o último dia que te ouvi, ausente, distante, um estranho que não reconheci. 

Na minha exaustão emocional, surges sempre numa dualidade; aquilo que tanto adorava em ti Vs aquilo que te revelaste ser. E exausta cedo. E precisamente por isso ambiciono pelo meu restabelecer, para não ceder a nada daquilo que tanto me danificou. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Yours

 

Adolescência. Perdida no tempo infinito de férias de verão, em que pais trabalhavam e não estavam nem aí para o que fazia, fugia rumo aos meus, numa casa praticamente abandonada, cheia de assoalhadas diminutas onde bebíamos, cantávamos, tocávamos e dançávamos, invocávamos espíritos e riamos que nem filhos perdidos, pelo menos naquelas tardes infindáveis que se convertiam em noites quentes de verão. 


As janelas sempre fechadas, deixavam passar tiras de luz através da madeira rachada, com tinta estalada e ressequida pelo tempo. Ventoinhas marcavam aquele compasso fresco necessário enquanto garrafas de litro de cerveja descansavam na banheira da única casa de banho, cheia de gelo. 

Não sei porquê, mas levas-me a esses tempos e lugares idos, onde me sentia livre. 


Sigo rumo a ti, nervosa, desejosa, cheia de inseguranças e incertezas. Estarei à altura das expectativas que não me pertencem? Conseguirei eu quebrar dogmas e tabus que eu própria construí? A seu tempo saberemos. 

Chego ao centro da capital. O tempo está abafado, salvo somente pelo vento fraco, mas fresco que se faz sentir enquanto subo a rua para ir ao teu encontro. 


Relembro as ruelas, na altura do Natal, aquelas por onde ninguém ousa passar por serem escuras e estreitas. Sigo precisamente por uma delas, sabendo que irei fazer uma espécie de corta mato até ti. Sinto passos atrás de mim, deixando-me desconfortável. Acelero o passo, sabendo que esta rua ainda é longa. Os passos aceleram de forma a acompanhar o meu ritmo. Não sou mulher de utilizar mala e opto por colocar cada chave do meu porta chaves entre os dedos e preparar-me para o pior. Olho para cima à medida que abrando o passo. A luz ainda é brilhante, típica de uma manhã estival. Respiro fundo conforme ouço os passos a aproximarem-se e fecho a mão com todas as chaves prontas a defenderem-me. 


Viro-me e levanto a mão direita, que é imediatamente travada pela tua mão esquerda. Forças a sua descida até junto do tronco e sussurras-me: “Devias ter mais cuidado ao andar nestas ruelas… és só minha, não te esqueças disso.” - E beijas-me. De forma intensa, como que a recuperar anos de procura um do outro, comigo encurralada contra a parede centenária. 

Tento soltar-me, sinto a minha consciência dormente, entorpecida, mas não me soltas. Sobes a saia do meu vestido e segues a reconhecer terreno, dois dedos entram em mim de forma súbita, ansiosos por recolher o néctar que já escorre livremente por e para ti. Oiço um esgar teu, enquanto me trazes os dedos à boca para me dares a provar o prazer que me proporcionas, somente para voltares a beijar-me, sem hipótese de fala, sem hipótese de raciocínio, sem hipótese de fuga. 


Vamos andando pela ruela, neste ritmo frenético de beijos infindáveis e mãos em (re)conhecimento corporal até uma porta que abres com mestria sem me largares uma única vez. Sinto o fresco da casa fechada e abro os olhos enquanto fechas a porta atrás de ti. Viras-me de costas para ti, sem nunca deixares de me tocar e beijar a nuca desnudada pelo meu cabelo atado num rabo de cavalo. 

  • De volta a tempos idos, Alice. Sem conforto ou mordomias. Apenas o sentir de forma livre. - dizes-me ao ouvido, baixinho. 

Tal como na adolescência, estou perante uma escadaria em madeira envelhecida, com falhas no verniz já baço e enegrecido. Subo degrau a degrau, atrás de ti que me puxas pela mão e miro tudo ao meu redor. O papel de parede solta-se aqui e ali, amarelado pelos tempos que já não voltam. Chegamos ao topo da escadaria e inalo, de olhos fechados, o cheiro antigo da atmosfera que me envolve. Antes que possa ponderar sequer no que me trouxe aqui e se aqui devia estar, já tu me tomaste novamente de assalto, num beijo onde as nossas línguas dançam a compasso, conhecedoras. 


A consciência finalmente desliga. Entrego-me de corpo e alma a ti, sendo toda sensorial. Deitas-me num colchão, numa espécie de cama improvisada, mas surpreendentemente confortável e sinto o teu toque, o teu calor, o teu cheiro, as tuas trincas no meu entre-pernas, o teu arfar, o teu sussurrar, o teu cabelo desalinhado por entre os meus dedos delgados e trémulos, o teu olhar travesso que me faz sorrir antes de me provocares uma gargalhada ao me pressionares a virilha no ponto certo. 


Voltas a invadir-me. As minhas costas formam um arco magnífico de prazer, entreabro os olhos e reparo na tira de luz que trespassa a madeira antiga da portada da janela em que partículas de pó dançam despreocupadas, alheias ao nosso festim carnal. 

  • És minha. Agora não há volta a dar. És e serás sempre minha, Alice!

E entras em mim, fundo, denso, intenso, desnorteando-me, desnorteando-nos até ao êxtase profundo há muito desejado. Caímos exaustos, sorridentes, de pele brilhante e finalmente encaro o teu rosto sorridente, fito o teu olhar desafiador que mira sem cessar cada centímetro do meu corpo, que percorres com a ponta do indicador.

  • Hoje não é dia para pensares, Alice minha. É dia para sentires. E é o primeiro de muitos dias sensoriais. 

Aceno, vencida e extasiada, recordando novamente a minha adolescência, onde era uma filha perdida e livre, pelo menos naquelas tardes infindáveis que se convertiam em noites quentes de verão. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Anxious


 Os dias correm devagar na tua ausência. Procuro ocupar-me, abstrair-me da falta que me fazes. Fujo para a minha serra mal o sol nasce, canso-me em altitude para regressar ao palácio e te sentir, de olhos fechados, em cada gota de água que me toca o corpo no duche. Respiro fundo e sorrio. Que capacidade a tua, de me provocares mesmo estando ausente.

Envolvo-me num toalhão, saio do duche e sigo descalça para a suite, deixando despreocupadamente pegadas molhadas atrás de mim. Enfio-me no primeiro vestido preto que avisto, coloco os óculos e rumo à secretária de trabalho. É-me difícil concentrar. A cada par de minutos desvio o olhar para o telefone, mas ele mantém-se com a negritude na tela. Suspiro. Onde estás? Recordo palavras de outrora e contorço-me num cruzar de pernas forçado a controlar o que sinto.

"És minha!" - sussurras-me tu. E eu aceno, ansiosa por seres meu também.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Missing me


 Just like I fuckin' miss you.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Too much?

Sinto-te a observar-nos. Petra, sempre sensorial, deixa a decisão para mim. Troco o olhar contigo e convido-te a aproximares-te. Pelo meu olhar, entendes que a Petra é minha, não tua, e avanças diretamente para mim. És quente; o teu toque escalda-me a pele e a tua língua arrepia-me ao percorrer-me os lábios. 

Petra continua a acariciar-me, entra em mim e recolhe o meu néctar nos seus dedos, oferecendo-tos a provar. Estremeces e decides descer até à origem desse sabor, enquanto a Petra me beija intensamente. O nosso suor mistura-se e só os meus gemidos ecoam para além das paredes da suite. Petra invade-me um mamilo chupando-o com mestria. 


Tu afastas-te da minha fonte e puxo-te até aos meus lábios, para me saborear da mesma forma. Encaixo-me no teu colo de uma só vez, numa estocada forte, escorrida e quente. Gememos em uníssono, incapazes de justificar o que estamos a sentir. Somos sensoriais. Arranhas-me as costas e montas-me de forma rítmica, cíclica, acelerando progressivamente enquanto os meus gemidos se tornam mais sonoros. 


O vento lá fora amaina, e o ramo, resignado à sua sorte, assiste ao desfecho final, onde três corpos caem em êxtase numa cama de lençóis de cetim. Retenho somente o teu sussurro ao meu ouvido: “na próxima, serás exclusivamente minha.”

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Wonderland


 

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Blind and with hands tied


 Surpresas. Adoro surpresas e sabes disso. Aborrecida de morte a deambular pelo palácio, ouço o ecoar da vibração do meu telefone. Corro para o aparelho, pressentindo algo promissor. És tu, voltaste!

 "Dress code: Black dress, no underwear. ETA 9pm." - sorrio na expectativa do que tens para me oferecer e corro para o closet para apanhar o vestido perfeito para a ocasião, kinky! Visto-o e rodopio diante do espelho como uma garota. Gosto do que vejo. Liberto o cabelo que cai em cachos dourados rebeldes, aplico um brilho subtil nos olhos, visto-os de eyeliner e rímel e aplico um perfume que (ainda) não te é familiar.

 A campainha centenária do palácio anuncia a tua chegada e saio cega rumo a ti, ao teu cheiro e toque que tanto aguardei para sentir novamente. Reconheço teu semblante, ereto, tranquilo, sorridente ao estender-me a mão. Acedo e envolves-me num abraço forte, que preenche todo o vazio deixado pela tua ausência. Percorres as minhas costas nuas enquanto me beijas de forma intensa, como que para recuperar o que ficou neste compasso de tempo da ausência um do outro.

 - Vamos? Quero (re)sentir-te, mas longe do teu palácio. Quero novas memórias, longe do conforto ao qual estás acostumada. Quero-te submissa, perante a natureza, longe da seda e cetim dos teus dias. - estremeço com a tua voz sussurrada ao meu ouvido.

 Estou cega e de mãos atadas por e para ti.

sábado, 27 de julho de 2024

You were my everything

 Oh, foste tanto para mim! Preenchias as minhas fissuras até ao derradeiro dia em que decidiste menosprezar-me, como se eu fosse nada, nem coisa, muito menos pessoa. Vires agora ao meu encontro só pode ser uma de duas opções: ou fizeste uma tremenda asneira, estás ciente disso e tentas remendar a situação, ou, com a tua descomunal presunção, permaneces no alto do teu ego, qual entidade intocável, fingindo ser magnânimo com um ser inferior.

Se for esta última hipótese, estimo bem que te fodas. Nada, absolutamente NADA, justifica aquele desfecho. Nada, rigorosamente NADA, fiz para merecer o tratamento que me deste.

Sei bem que pessoas sinceras como eu são raras. Não me considero acima de ninguém, apenas compreendo que o política ou socialmente correcto governa o mundo, levando muitos a confundir sinceridade com floreados ou a aparência com um acto genuíno. Mas eu sou como sou. Não me escondo, nunca me escondi, por detrás de fachadas. Quando sofro, sofro. Quando estou bem, partilho a minha alegria com o mundo. Os sorrisos são contagiantes e são infinitamente mais gratificantes que a dor ou o sofrimento.

E tu, que me deste? Tudo, apenas para me rebaixares a nada? Isso só revela uma coisa: és uma nulidade, precisamente quando te consideras um tudo.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Aimless

 

Por vezes, a vida aparenta ser tranquila, radiante. Sorrimos e enfrentamos o mundo, exibindo uma segurança inabalável, altivos nas nossas certezas, erguendo muros que evocam outras épocas, que nos mantêm apartados daquilo que presumimos ser a causa do nosso desassossego. No entanto, o desnorte pode estar mesmo aqui, ao nosso lado, como uma sombra que nos drena a vitalidade. 

Estou exausta. Sinto vontade de abdicar, de deixar de me julgar tão severamente, sempre com tanta exigência e expectativas próprias que, no auge da minha incessante busca pela perfeição, reconheço serem inalcançáveis. Estou sem rumo. Pouco sentido consigo tão pouco atribuir a estas palavras. Estou entorpecida. Vivo no piloto automático daquilo que é necessário fazer, mas afoguei as minhas vontades e desejos. 

Fazes-me falta. 

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Gentleman

 


Há ligações estrondosamente perfeitas. Que nos afectam as entranhas, nos contorcem os músculos, que nos fazem falta de ar, só pela expectativa do que ainda está por vir. 

Vir. Contigo. Não consigo descrevê-lo. Necessito da memória primeiro. Sentir-te, saborear-te, cheirar-te. Ouvir a tua voz arrastada num sussurro sôfrego que se afoga lentamente em desejo de me consumir por inteiro. 

Quero, necessito(te). Desejo ficar inebriada, unidos num só, contigo dentro de mim, naquele compasso rítmico que antecede um desfecho dolorosamente desejado há tanto tempo. 

Deixa o gentleman para quando estás vestido e devora-me com tudo o que tens e mereço. 

terça-feira, 25 de junho de 2024

Let sins flow

 


Tão simples. Tão isto. Zero filtros. Zero receios. Zero julgamentos. Só o fluente do cru. Do nu. Do ser. Do estar. Sentir. 

A antecipação de te ver traz o corropio que envolve o corpo em suores frios de nervosismo, em contorções de ansiedade, em sorrisos na expectativa, em serenidade do porto seguro. 

Tão simples. Tão isto. 

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Axiom


É inevitável, inquestionável. Os anos passam e criam-nos novas linhas no rosto; traços de vivências e conhecimento e experiências com ou sem a companhia um do outro. És aquela sensação agridoce. És aquele doce sabor do saber. És aquele amargo do não poder ser como se quer. 

Os anos passam e criam-nos novas linhas corporais; curvas onde nos encaixamos como só nós sabemos encaixar; fruto de vivências e conhecimento e experiências com ou sem a companhia um do outro. És o meu axioma. És inevitável. És inquestionável.

Onde estás?

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Paraphrasing

Parafrasear não é para qualquer um. Por vezes sou lida de tal forma deturpada que até assusta. E o mais interessante é que me mostro ipsis verbis como sou. Não sou uma personagem criada, não busco aparentar o que não sou. Mostro-me ao mundo e adianto de forma bastante antecipada inclusive os meus defeitos. “Como te compreendo!” - dizem uns. “Faz sentido, claro que sim.” - dizem outros. Mas nada compreendem nem fazem ideia do sentido que mencionam e seguem por aí, parafraseando, donos e senhores, muitas vezes somente da sua própria arrogância, convictos de que sabem ler-me, quando na realidade nem com consulta a um dicionário lá chegam. 

Aborrecem-me. É gratificante podermos ser nós, sem filtros, mesmo quando nos expomos e criamos vínculos sem muralhas protectoras. É gratificante assistirmos a mudanças, mesmo que negativas e o podermos exprimir - sem merdas de rodeios - o que sentimos como consequência dessas mudanças. Mas não. Fogem como os ratos que abandonam o navio, tecendo ilações e deixando a frontalidade na gaveta das boas intenções. 

Aborrecem-me. Ando para lá de horrivelmente aborrecida. Sinto falta da dinâmica, do corropio sentido na espinha, de ser transparente como água, com tudo de bom e mau que isso acarreta. Sinto falta de ser eu, de me parafrasear com a assertividade que lhe é intrínseca.


quinta-feira, 6 de junho de 2024

Mirror

 


Vejo o meu reflexo espelhado. A tua (já longa) ausência provocou a minha introspecção. Este meu penoso defeito de querer e desejar ter e ser sempre o perfeito leva-me a exasperar e a questionar - "Para quê?". Parece que devo imenso ao mundo e que nunca chego nem perto dos calcanhares desse mundo, o que é um paradoxo já que conheço igualmente as minhas virtudes, tão bem quanto os meus defeitos e tenho perfeita noção do que valho perante o mundo. Eu sou eu, dona e senhora do(s) meu(s) destino(s), que coloca vírgulas e pontos - finais ou não - nas estórias que vou vivendo e tecendo e criando e escrevendo.

Confessavam-me aqui há dias que sou muito intensa (de bom), que vivo com igual intensidade, emoções, estórias, pessoas, palavras. Confessavam-me que há sempre quem julgue que a minha intensidade lhe é exclusiva, existente pela sua existência, como se de uma espécie de dedicação se tratasse. Desenganem-se.

Sou intensa, sim. Já escrevi, das mais diversas formas e línguas, que vivo e sinto muito o mundo. Mas sou dedicada a mim, apenas. Sou exclusiva a mim, apenas. E a minha intensidade existe e faz parte de mim e partilho-a contigo e com o mundo. Porque sou eu. Porque não sei, não consigo, nem quero ser de outra maneira. Porque nem tu, me consegues ver, tocar, ter de outra maneira.

Vejo o meu reflexo espelhado. Não podia desejar melhor.

terça-feira, 4 de junho de 2024

Right & Wrong

O que é, afinal, certo e errado? O que torna uma moral social mais ética que o instinto primário da saciedade de necessidades básicas, primitivas?


Recebi a tua proposta num misto de excitação e apreensão. Sim, cativa-me a perspectiva. Sim, preocupa-me tudo o resto. Sigo, ainda assim, ao teu encontro. 

Encontros contigo são sempre joviais, quase adolescentes, de tanto nos rirmos e das horas passarem como se fossem minutos. É fácil estar contigo. É agradável ter um porto seguro e uma confiança inabalável em ti.

Seguimos rumo ao objectivo a que nos propusemos. Conversamos e rimos como sempre, embora as respirações entrecortadas pelo esforço da subida me desviem a atenção para a proposta que me fizeste há dias. Seria inevitável, não é?

Resolvo testar-te no primeiro indício de trilho e pergunto-te onde vai dar. “A lado nenhum. Nunca ninguém segue esse trilho antigo.” - respondes-me. Solto um esgar e sigo pelo trilho. Segues-me sem proferir uma palavra. Sabes que não valeria a pena dizer nada. 
Ao fim de uns cinco minutos a caminhar, a desviar ervas e silvas mais altas que o desejável, alcançamos uma pequena clareira. Nada se ouve a não ser a natureza em geral. Fecho os olhos e espreguiço-me, esticando os braços para cima. 

E sinto o teu toque, que me baixa os braços lentamente para junto do tronco e me sussurras: “Não era suposto, Alice, mas irei agir aqui. Pararei a uma palavra tua nesse sentido. Sabes que sim.” - respiro fundo, nervosa, numa tempestade interna entre certo e errado, mas limito-me a acenar ligeiramente com a cabeça sem abrir os olhos. 

Sinto a venda. Agora não adianta tentar abrir os olhos. Mas continuo em silêncio. Volto a suspirar na antecipação do que irá acontecer. Estou em terreno desconhecido e mantenho o misto de emoções entre a estonteante excitação e a, ainda, apreensão que não me abandona. 

Sinto prenderes-me os pulsos. Mas não com algemas. Ao toque, parece-me um tecido suave. Cetim? Ou talvez seda? Sei que me posso libertar facilmente se assim o desejar. 
Encaminhas-me alguns metros e sinto o fresco da sombra. Estamos debaixo de uma árvore. E o teu toque invade-me. Começa com um polegar nos meus lábios. Desce para o meu pescoço, segue rumo ao meu decote. Sinto agora as duas mãos, uma de cada lado, contornam a linha do meu peito sem toque específico. Suspiro novamente, desta vez mais sensorial, menos nervosa. Mais receptiva, menos apreensiva. 

Sinto tirares-me os calções. Não me descalças. As cuecas ficam no seu lugar. Sinto-me escorrer. Já estou a escorrer e nada se passou. Volto a suspirar. Não proferes uma palavra e é assim que tem de ser. Invades-me entre-pernas e confirmas o quão molhada estou. Não proferes uma palavras, mas deixas fugir um gemido de prazer. E é assim que tem de ser. 

Entras em mim com dois dedos, devagar, com ritmo, enquanto me enquadro na dança em que me desejas ver. Não é difícil. Virei sensorial e já nem sei onde estou. Só sinto. Sinto-te roçares em mim, sinto-te duro contra o meu baixo ventre. Volto a gemer, desta vez em uníssono contigo. 

Não aguento mais. Tudo é sensorial elevado a um expoente quase doloroso. Liberto as mãos e enlaço o lenço da minha anterior prisão no teu pescoço e puxo-te para mim. Volto a senti-te, a latejar contra mim. “Alice, assim não será possível parar…” - sussurras. “Shhhhhhh…!” - respondo. 

O desfecho é mais que óbvio. Sinto as tuas mãos elevarem-me num colo que me faz encaixar em ti, de uma só vez. Foda-se. Ficamos assim, trinta segundos, muito quietos, a assimilar a sensação há muito imaginada sob as mais diversas formas de criatividade.

Começo a querer mexer-me e sentes o meu interior a pulsar, a puxar-te para a dança necessária. É tango e são necessários dois. Empurras-me contra a árvore com o cuidado de colocares uma das tuas mãos a fim de me protegeres as costas e saboreias o ritmo possível enquanto as minhas pernas te abraçam numa fricção que grita por um desfecho. 

E sinto-te. E sinto-me. Dá-se o desfecho há muito desejado e imaginado e sonhado e até mesmo renegado. A brisa envolve-nos e proporciona um arrepio conjunto e prazeiroso ao suor de corpos húmidos. Respiramos de forma ofegante até conseguirmos retomar algo minimamente decente. Dás-me um abraço e beijas-me levemente até me sentares no teu colo, de costas para ti, ainda de venda e dizes-me com a maior naturalidade do mundo:

“Chega de desporto por hoje. Vamos almoçar, miúda?”

sábado, 25 de maio de 2024

Fideal

 


Fideal, the ancient siren who conquers and drowns all her lovers, now found herself ensnared by her latest grand love. Pretentious, he desired a "Romeo and Juliet," a romantic tragedy, forcing Fideal to remain underwater. 

Fideal nearly perished. Not drowned, a mermaid does not succumb to the depths. Fideal almost perished in the despair of that pretension. Wounded, fully aware that her self-love prevents her from loving anyone but herself, she freed herself from her tether once and for all and left him, never looking back, with words that could have been spoken, with gestures that could have been made, with the connection broken in the darkness of that bottomless aquatic abyss.

Fideal looks up, where she can already distinguish some of the silver light of the moon. From where she is now, it's always upwards.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Reminiscence


Invadiste os meus sonhos esta noite. Registo a reminiscência do sonho.

Estávamos num qualquer evento onde éramos o foco principal. Tu de fato, eu de branco, ambos na pista de dança, focados um no outro apesar de termos noção de estarmos rodeados de algumas pessoas, não estranhas a nós. 

A música inicia. Sorrio e olho-te nos olhos. Tango. Retribuis o sorriso. Deslizo na pista, sincronizada, leve, cúmplice no sentir a música, no sentir o teu toque na minha pele, na conexão necessária à coreografia. Terminamos ofegantes, mas sorridentes num abraço sentido ao som de aplausos dos quais fugimos. 

Fugimos escadaria abaixo do palácio gargalhando como adolescentes endiabrados até que me páras no jardim, já abraçado pela negritude da noite, apenas iluminado pelo prateado da lua. Enlaças-me a cintura e puxas-me para ti enquanto circundo o teu pescoço e te passo a língua nos lábios.

- Sacana. - sussurras-me.

O beijo chega, intenso, apaixonado, sentido. Daqueles que causam palpitações quase dolorosas, mesmo na concretização, de tão desejado que foi. 

Depois afastas-te. Regressas em breve, dizes-me, olhos nos olhos. E partes rumo aos altos portões do palácio.

terça-feira, 21 de maio de 2024

You’ve got mail

 

O quanto adoraria ter-te nos meus braços, a minha língua na tua, no silêncio do perfeito. 


Parabéns.

sábado, 18 de maio de 2024

Love Ode



Voltei. Voltei onde te vi e ouvi pela primeira vez. A copa das árvores protege-me do vento que tem fustigado nos últimos dias, mais parecendo estar revoltado com o mundo. 

Mantenho-me em silêncio após me forçar a voltar a aqui. Não tenho designação específica para o que me assalta interiormente, mas mantenho-me serena. Entendi que mal entraste na minha vida, permanecerás nela para sempre, não adianta tentar esquecer-te. A vida continua e mereço voltar às minhas rotinas sem permitir que me assombres. 

Receios infundados. Não me assombras, de todo. Converso a teu respeito e sorrio pelas memórias que me deste. Sorrio com a lembrança da tua gargalhada. Sorrio ao recordar determinadas palavras proferidas no meu ouvido. 

Respiro fundo com esta minha (nossa) natureza exclusiva como banda sonora. Já fazes parte de mim. Seja como antes ou agora, seja como, eventualmente, num futuro diferente, fazes parte de mim de uma forma boa. És(me) importante. Creio que sempre serás. 

O limbo terminou. Não consigo odiar-te. 

Esta é a minha ode ao amor. E está tudo bem. 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

I Remember You

 


Hoje saí novamente assim que me foi possível. Equipei-me como de costume, mas deixei de lado os auriculares para te ouvir e parti do palácio em passo acelerado para expurgar estes demónios que me atormentam. Catorze quilómetros depois e estava a entrar nos jardins do meu palácio evitando, contudo, o anfiteatro, local onde te escutei pela última vez. 


À semelhança do anfiteatro, evitei a minha (agora nossa) serra. Não consigo, ainda, retornar ao meu cenário Tim Burton sem que me venhas ao pensamento, tornando-se demasiado doloroso para mim. Um dia, conseguirei regressar. Gostaria que fosse contigo. 


Tenho vindo a pensar muito, desde a última vez que ouviste a minha voz. Sei que provoquei este fim. Sei que já te tinha advertido desta possibilidade, embora verifique agora que não me tenhas dado a devida atenção. Sei que consigo viver sem ti. Sei, no entanto, que possivelmente me precipitei, no desespero de me querer proteger. A maturidade existe assim também, em assumir erros e falhas. Foste tu, também, precipitado naquele sábado? Nas palavras que me dirigiste, sem nexo, naquele domingo? Ou na frieza gélida do teu discurso naquela segunda-feira? Só reconheci um vislumbre do teu Eu de outrora para comigo quando sucumbi, naquela terça-feira. Estarias tu à espera, do desfecho que acelerei, naquela quarta-feira?


Um dia talvez me digas, de viva voz. Porque mesmo com toda a sinceridade que sempre transpirei, porque não me fazia sentido de outra forma, sinto que ainda te refugiavas nas palavras, sinto que não levaste mesmo à letra o que te fui confessando…


Oiço a Six Feet Under e choro a deambular pelos meus jardins. I remember you. 


É esse o problema. 

domingo, 12 de maio de 2024

Writin’


Há males que vêm por bem, não é? Não te leio, mas tenho paixão pela leitura, como sabes. Também sabes que (te) sou exclusiva, por isso não leio mais ninguém. Resolvi, então, mergulhar de cabeça em alfarrabistas e adquiri mais uns quantos livros para a minha biblioteca privada. Conseguirei amenizar, assim, a tua ausência? É uma incógnita. 

Hoje saí. Percorri estradas militares, paióis, casas de guarda, canhoeiros e fortes em geral. Percorri ruínas de passado carregado, pisei onde outrora existiram carros de bois a transportar fardamentos, ferramentas, soldados feridos, alimentos. Transportei-me para o ano de 1810 ao som de balas disparadas não muito longe da minha localização. 


Gostei muito, sabes? Local novo, por explorar, onde não tenho as memórias que tento apagar em vão. Sinto (muito) a tua falta. Fazes (me) mesmo muita falta. Esta é a minha forma de não te deixar morrer. De evitar o limbo em que (ainda) me encontro porque não te quero odiar. Porque não acredito que foi tudo simulado, nem acredito nas justificativas apresentadas sem qualquer sentido. 


No fundo, sei. Sei tudo. Senti tudo. Talvez a minha clarividência não seja uma característica que nos é comum, no separar realidades. Mas mesmo com o discernimento correcto, com a sagacidade que me é intrínseca, continuo a desejar(te), a querer ver(te), a querer as cócegas que a tua gargalhada me provoca. És uma dualidade, para mim, como outrora já (to) admiti. 


Continuarei assim. A escrever(te). Quem sabe um dia retornas? Continuarei sim, a escrever(te). Até deixar(es) de (me) fazer sentido.


sábado, 11 de maio de 2024

Absence

 

Trabalhei interiormente todas as minhas preocupações ao longo desta semana. Segui entabulando acções e reacções, tentando catalogá-las de forma a conseguir compreendê-las. A mente humana é algo de dolorosamente fantástico, difícil, para não dizer impossível, de compreender. A minha, a dele. 


Mas há algo que se impõe que tenho vindo a constatar. A (minha) intensidade afasta as pessoas (rasas). A (minha) crueza afasta as pessoas (manipuladoras). A impossibilidade de submissão (minha) afasta as pessoas (dominadoras). 


Não tenho saído. O luto é assim. Exerce a sua força gravítica e impede-me de sair. Deambulo pelo palácio, espreitando na janela ao final dos dias, encarando o firmamento como o desfecho irremediável ocorrido entre nós. Todos os dias, a mesma dor a corroer-me lentamente por dentro. Todos os dias a cruzar informação do que foi e do que é. Todos os dias a querer criar conjecturas para te odiar sem chegar a esse objectivo. 


E sigo neste limbo. Mesmo tendo fugido e forçado o final para o evitar, criei este limbo de amor/ódio tão diferentes, mas ambos tão intensos. Sigo nesta pestilência, de pijama, vendo a vida a acontecer lá fora em que nada tem da tua presença, nunca teve, mas que insiste em cada brisa, cada folha, cada passo meu por lá para me recordar que exististe, que estás algures na tua realidade, no silêncio dos teus dias, sem a minha presença no teu ouvido, assim como eu na tua ausência de palavras. 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Can’t sleep

 


Yes. I think about the world too much. I feel the world too much. I understand that nobody understands my world. And that keeps me awake at night.

(Re)leio-te…



… agora com atenção. 


Ávida de entender os teus porquês e quereres, frustrada e com vontade de me fustigar pela falha de te gritar ao mundo como o ser fantástico que (me) és. Furei a nossa bolha ao fazê-lo, alheia do transtorno causado, ainda a transbordar felicidade por te ter, por me entregar ao que sinto sem sequer pensar em mais nada. 


És-me tão importante. Estou com um nó no peito que me causa um aperto enorme. Sofro. Sofro por te ver partir, ainda que a conta-gotas. Parece que me foges como areia entre os dedos, quando a minha maior falha foi expor a alegria, a euforia, o êxtase que me provocas com as estocadas de cada carta de amor tua. 


Sofro. Sofro por esta quebra evidente de dinâmica. Sofro pelo teu afastamento. Sofro pela falta que me fazes. Sofro por me sentir responsável. Sofro pelo desconforto que te causei. Sofro por não ter percebido este desfecho. Sofro na dor de alma que sinto. Sofro com os pulmões contraídos, na falta de ar que me provocas com a tua ausência. Sofro. 


(Re)leio-te… agora com atenção. E não consigo perdoar-me por ter-te afastado ao te querer tanto

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 
Wonderland Alice. Design by Exotic Mommie. Provided By Free Blogger Templates | Freethemes4all.com
Free Website templatesfreethemes4all.comLast NewsFree CMS TemplatesFree CSS TemplatesFree Soccer VideosFree Wordpress ThemesFree Web Templates