segunda-feira, 19 de abril de 2010

Smoking

Ansiei que este dia chegasse, mas verifico que tudo continua cinzento. Mais do que na sexta-feira. Desligo-me do mundo, na esperança de assim ficar ocupada e vazar a alma de tanto palavreado enleado. Limpo o que já limpei, lavo o que já lavei, lanço-me em tarefas ávida para que a mente descanse enquanto o corpo trabalha. Mas não resulta.
Sento-me no salão do meu palácio e acendo um cigarro, enquanto me ligo novamente ao Mundo, na esperança de gritar o grito mudo que tenho nos pulmões da alma. Tanto por dizer, nada para escrever. Vagueio pelo mundo virtual e encontro um texto que se aplica aqui tão bem no que sinto... que quem o escreveu não se importe que eu o transcreva para aqui:

"(...) Que vou eu fazer de mim, depois de tudo o que passámos, depois de tudo o que amámos e sofremos como se não houvesse mais nenhuma oportunidade para amar e sofrer (que, por ironia, me parecem duas palavras sinónimas e vazias) em que quisemos reter todos os minutos dentro de nós? Deixaste-me desamparada, vazia... não. Deixaste-me inquieta, insegura. É que, de súbito, o teu rosto desfigurou-se. Senti uma presença sufocante entre nós. De súbito, as tuas palavras ternas, mas já ausentes, acarinharam embaraçadamente o meu espírito, estavam a despedir-se de mim, e anciosas de que essa despedida se apressasse...
Não tenho nada a acusar-te. Mas eu sempre esperei mais, tu próprio esperaste mais. O quê, não saberei dizer. Talvez precise daquilo que não me podes dar. (...)
"

Estou só, nada que seja fora do vulgar. Mas sinto a apatia a chegar e a instalar-se confortavelmente em mim, a procurar abrigo por tempo indeterminado. Penso em mim mesma, no que fui, no que sou, no que hei-de ser. Sou uma alma perdida que anseia por tudo, quando encontro, sugo essa vitalidade que busco, deixando a pessoa quase sem vida... e morro de tristeza por isso acontecer. Mas sou mesmo assim, sempre fui. Sou viciada em vivências ardentes, apaixonantes, vitalizantes, que me levem aos céus acima das nuvens carregadas de cinzento. E de súbito, as vivências acabam, eu volto a descer dos céus e fico a aguardar pacientemente a minha próxima dose.

Mas detesto esperar. As esperas agoniam-me. Por isso apressa-te, pois sinto um qualquer fim a chegar, e eu já aguardo pelo novo início.

2 comentários:

Anónimo disse...

oi Alice, você é uma poetisa fantástica e possui belas pernas (:
visite o meu blog e me conheça um pouco também. (blog do barbas)

Wonderland Alice disse...

Meu querido visitante e leitor, obrigada pelas suas palavras, no entanto já procurei e não encontro o seu blog. Se voltar, indique-me o endereço, talvez tenha algo que me interesse.

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