sábado, 18 de junho de 2011

Paradigmas

Estou aparentemente tranquila no meu palácio imaculado, mas no meu interior gira incessantemente um corropio de emoções que me toldam a alma e o meu raciocínio. Pondero no que desejo para mim, mas amor e paixão, certo e errado não páram nos seus devidos lugares e deixam-me enleada sem saber o que pensar, desejar, decidir.
É certo que aos olhos da racionalidade te amo e que é o sentimento errado. Mas também é certo que aos olhos da emoção, a paixão tem sempre levado a melhor e me tenha entregue a ti sempre sem pensar que mais tarde viria a ficar encurralada num torbilhão de emoções e sentimentos contra os quais não consigo lutar.
Sinto, no fundo da minha alma, que te desejo. Que quero estar contigo a toda a hora, que me falta o oxigénio quando estás tempo demais longe de mim. Mas a tua ausência também me permite raciocinar. Lentamente, o véu da paixão começa a dissipar-se e começo a encarar a realidade. Sou tua tal como tu és meu, mas apenas quando estamos os dois, frente a frente, sozinhos. Nessa altura nada mais é real. Existimos apenas nós.
Mas a realidade é que existe muito mais que nos rodeia. Existe um quotidiano implacável, que me puxa à Terra e me impede de sonhar. Que me mostra a dureza da realidade tal como ela é.
Ambos temos noção das limitações existentes, tanto para um como para outro e nenhum de nós está capaz de arriscar. Tu não arriscas o teu mundo próprio, eu não arrisco confiar em ti.
Pediste-me e admiti-o com toda a sinceridade existente na minha alma, e embora com a voz embargada pela emoção que senti, proferi que te Amo. No entanto ao admiti-lo, foi como se tivesse levado uma bofetada que me acordou.
Quem és? Reconheço que quase nada sei a teu respeito e que permiti que o meu lado emocional fosse longe demais sem ter o meu raciocínio no outro lado da balança. A noção dessa realidade prendeu-me ao chão e deixou-me apreensiva. Sinto-me a ser rodeada por uma sensação doce e fria, já que não consigo descortinar se o facto de me manter contigo como estou, vai ser o início de algo bom para ambos ou o meu fim por mergulhar demais em oceano aberto, sem barco algum à vista para me socorrer. E a sensação de afogamento, embora irreal, sufoca-me a alma por me sentir sem esperanças - estas reais - de que haja realmente alguém disposto a socorrer-me num oceano agitado, para que me faculte uma sensação doce e quente, como a paz de um cobertor aconchegante depois de uma altura conturbada.

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