terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Imagens

Escritório este, sossegado. Mas hoje, troquei o aborrecimento por imagens. Imagens guardadas algures num qualquer recanto da minha memória. Toco-me, quase sinto o teu sussurro no meu ouvido, oiço-me gemer como se estivesses presente.
Num abrir e fechar de olhos, corro para o meu palácio. Estou apenas de lingerie e com um roube curto de cetim negro a cobrir-me, quando te oiço bater à porta. Não há tempo para palavras, só um breve segundo para fechar a porta. Depois, sinto a tua língua enrolada na minha, sinto as tuas mãos a percorrerem-me o corpo, ouvimos as nossas respirações aceleradas à medida que nos despimos mutuamente enquanto vamos lentamente atravessando o corredor do palácio.
A minha mão escorrega no aparador à nossa passagem, documentos caem no chão e sentas-me nele. Ficas de joelhos à minha frente e denoto um brilho no teu olhar com um sorriso ligeiro, imediatamente antes de me saboreares como só tu o sabes fazer. A minha respiração fica mais descompassada, sinto os meus abdominais em espasmos de prazer enquanto te agarro os cabelos com força. Mas não estás satisfeito. Levantas-te e trazes o meu sabor à minha boca num beijo profundo.
- Vou pegar em ti Alice, vou colocar-te uma venda, prender-te os pulsos e devorar-te. Preciso recuperar o tempo que não estou contigo, preciso ouvir-te gemer, preciso sentir-te vibrar à medida que a tua pele começa a brilhar. Quero que te venhas, que grites, que fiques exausta apenas com o prazer que te posso dar. - E pegas-me ao colo, enquanto solto uma gargalhada ao ver o rasto de destruição naquele corredor. Atiras-me para a cama, mas consigo fugir do teu abraço-cadeado. Rodeio-te e fico por cima de ti, prendendo-te os pulsos. Sei bem que não tenho forças para te prender, mas deixas-te ir nas minhas intenções. Sorrio para ti antes de te cobrir de beijos e me roçar em ti. Antes de te soltar os pulsos que, uma vez livres, se movimentam para me colocar uma venda de veludo negro.
- Não precisas da tua visão Alice. Sabes bem quem sou, o que me move, o que desejo. Entrega-te aos sentidos, entrega-te a mim. - Assim o faço. Fico na cama de joelhos, com os pulsos presos por ele atrás das costas, enquanto sinto a sua barba recente a descer pela minha espinha. Sinto o seu cheiro, inebriante. Sinto ele soltar-me os pulsos e a impelir-me para a frente de modo a ficar de barriga para baixo. Prende-me os pulsos na cabeceira da cama e começa a sua longa viagem, visitando e cheirando todos os recantos do meu corpo, como se certificando da minha identidade.
Tudo está inalterado, como uma foto tirada algures, numa tarde aquecida por nós.

2 comentários:

Vicious Project disse...

Memorias deliciosas que tomam conta de nós.. Sabe bem recordar assim.. Sabe bem o desejo que nos faz querer repeti-las..
Beijos
Viciouss

Anónimo disse...

Alice

A mente é um poderoso afrodisiaco, quando bem estimulada consegue-nos catapultar para locais deliciosos onde a realidade se mistura com o sonho. As imagens estão tatuadas na tua pele, vividas intensamente e basta um fechar de porta e de olhos para tudo acontecer, para um regresso ao passado, para tudo acontecer novamente.

A mente necessita de estimulo diário, como uma flôr. Não basta cuidar do físico, da aparência exterior e do teu bem estar. A Alice necessita de estimulo... mental...

Gostei de ler
Kiss You **

O Santo Diabinho
http://desejosescaldantes.blogspot.com/

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