quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Expectations


Foram muitas, tantas.
A expectativa de finalmente manter um sorriso no rosto, mesmo contra todos os males exteriores ao meu palácio. A expectativa do apoio, da protecção, do ser tomada conta.
Recordas aquela felicidade inicial? Aquele acordar bem disposto, mesmo após (e apenas) 3 horas de sono? Aquele sorriso e bom humor que nada conseguia fazê-lo dissipar? 
Recordo de o ter sentido, mas já não lhe sinto o sabor, a sensação quente e acolhedora. Aquele calor que nos aquece por dentro por nos sabermos a amar e a ser amado.
Hoje, existem todos os fantasmas do passado. Com eles, uns mais recentes. Tendem em roubar-me o sorriso do rosto e, como o cinzento do céu e a chuva que cai, é agora a minha expectativa. Cinzenta, fria, com lágrimas que rolam, apesar de não se deixarem ver.


Talvez tenha sido um sonho. A expectativa "daquele" ser especial.
Hoje há a ira, a frustração, a incapacidade de agir, a dor auto-infligida por não haver coragem para mais. Hoje há a acusação, o silêncio, a dúvida,  a desconfiança. Hoje há o incerto, o cada dia que passa a questionar "será o correcto a fazer?".
E no fim de tudo, há a vontade de desistir, de entregar pontos, de deixar de lutar. Há a vontade de não querer saber, do deixar andar, do ignorar.
O que nos sobra? Sim, entre mim e ti. O que sobrou? Uma rotina doentia em que me sinto pressionada a ser e a continuar a dona e senhora de todas as decisões? A responsável, aquela que pensa sempre muito antes de agir, a que tem cuidados redobrados, para não ser mais que  isso, uma ampara golpes alheios? Estou cansada do tomar conta. Quero agora descansar, quero que tomem conta de mim.
Quero deixar de ser a altiva, a forte, a corajosa. Quero passar a ser a pequenina, a protegida que defendem a todo o custo contra seja quem for.


Mas isso, tanto tu como eu, sabemos que nunca irá acontecer. Tu, por não seres capaz, eu, por não saber ser de outro modo, nem confiar a minha vida  a nenhuma alma viva deste planeta.
Deixaram de existir os dias solarengos, apenas existem alguns raios de sol tímidos, como um início de Primavera, quando existe alguma folga no nosso ouro actual. Nada há a não ser essa ilusão temporária, esse lusco fusco que se entranha na minha alma, fazendo-me querer acreditar que é um dia de pleno Verão.
Mas não é, pois não?
Uma vez o proferi, e uma vez mais essa verdade crua, fria e suja me vem à mente. Encontraste apenas um novo covil, um que talvez fosse mais duradouro, na eventualidade de saberes fingir melhor. Mas não o fazes, e esperas, no teu íntimo, que o que fazes seja suficiente até existir uma escapatória mais satisfatória. Mas não há, nem vai haver. Sabes?
Eu sei... o meu palácio foi em tempos um covil fantástico. Cheio de sorrisos, brilhos de olhares, e poros dilatados em plena luxúria, em fins de semana bem preenchidos.
Havia aquela privacidade mórbida, em que apenas se sabia o que era conveniente saber. Depois? Os dias de sol murcharam, rumo a um Outono invernoso. Depois? O brilho só existiu na presença da lágrima, os poros na presença da mágoa.
Hoje, os meus fantasmas andam presentes, mais do que nunca. Hoje, eles segredam-me ao ouvido em como tinham razão, em como me iludi com um mero e solitário raio de sol, pensando que fugiria ao escuro do Inverno. Hoje, as expectativas são apenas de sobreviver, de me arrastar nos dias, esperando que os dias de inverno passem um dia e que me deixem apreciar o sol.
Hoje, já não há expectativas.

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