Uma das minhas mãos liberta as molas do body de forma automatizada e abraço-te igualmente com a perna em que tocas.
Encosto-me nas costas do sofá e termino de desabotoar os botões da camisa. Afasto-a e deparo-me com um tronco ainda bronzeado, definido e começo a beijá-lo, lábios e língua, sentindo o teu cheiro, ouvindo a tua respiração.
“Se isto for bom como promete, como conseguirei resistir a deixar de o ver e sentir frequentemente?” — Penso para mim. Mas entretanto o meu body já tinha desaparecido e a minha saia ficou reduzida a uma faixa na cintura. A tua camisa já estava no chão e as tuas calças também, embora nem me tenha apercebido como.
Trocamos olhares novamente, sempre em silêncio. Não há lugar a mais pensamentos. Ergues-me e abraço o teu colo, sentindo-te contra mim.
***
Subo a mão ao longo da tua coxa, fujo deliberadamente do centro, depois dirijo-a ao umbigo, continuo, lentamente, até sentir a renda do soutien fino. Procuro o bico, sinto-o erecto, massajo-o suavemente.
Ao mesmo tempo, aproximo a boca do teu peito, desço a língua pelo esterno, gosto do sabor da tua pele, onde deixo um rasto húmido. Provoco-te brevemente, introduzindo a língua no teu umbigo, depois continuo a viagem para sul, para o sal… Venço o obstáculo da saia engelhada e chego ao teu string delicado.
Respiro o teu cheiro, aproximo a boca até lhe tocar ao de leve e deixo-te sentir o calor da minha respiração.
A minha mão direita segura agora, firme mas suavemente, a tua mama, enquanto a esquerda afasta o tecido e me dá acesso ao epicentro do turbilhão que sinto em ti… Avanço a língua a lambo, muito, muito lentamente, de baixo para cima, até chegar ao clítoris já bem desperto, onde me atardo, em vagarosos movimentos circulares.
***
Sinto palpitações em cada centímetro da minha pele e respiro de forma ofegante. Entrelaço os dedos nos teus cabelos, usufruindo cada segundo, reconhecendo cada movimento que me aproxima do êxtase.
Puxo-te para mim, beijando-te com vigor enquanto desço a mão para te sentir duro para mim. Empurro-te para o sofá e não espero. Sento-me contigo e forço-te a entrar em mim de uma só vez, com força. Estremeço. A nossa pele reflecte o dourado das luzes do bar. A nossa respiração ofegante é a nossa banda sonora.
***
Sobes e desces, variando o ritmo, e eu acompanho-te, como se tivéssemos uma coreografia bem ensaiada. Saboreio cada segundo, é delicioso sentir plenamente a progressão da penetração, até te tocar no mais fundo de ti.
A minha erecção torna-se quase dolorosa, de tal modo me excitas e me deixas duro. Olho-te nos olhos, uma vez mais. Estás lindíssima, iluminada pelo desejo crescente.
Pressinto que estás quase pronta, e hesito… Acompanho-te no teu êxtase? Não, decido que ainda não. Está demasiado bom, quero fazer durar…
***
Sinto-me louca. Olho-te nos olhos e acelero o compasso, não quero esperar mais, até porque isso não significa o fim.
— Creio que vás passar uma noite por Lisboa. — sussurro-te ao ouvido entre gemidos.
E acelero o movimento, cada vez mais e à medida que me contraio, sabendo que chegaremos ao êxtase em uníssono.
***
Compreendo que estás determinada e cedo, volto atrás na minha decisão. Aproxima-se o ponto de non-retour e deixo-o vir, estou em plena sintonia contigo e sei que já não vale a pena controlar-me.
A sensação é indescritível, como se fosse um vulcão a preparar uma erupção violenta.
Aumento a velocidade do movimento dos quadris, sincronizado contigo. Agarro-te as nádegas com força, gemo como tu gemes e, mesmo adivinhando a resposta, pergunto-te num murmúrio rouco:
— Posso?
***
Aceno levemente, sabendo que o detectaste.
Os gemidos ecoam para lá do bar, pelos recantos mais recônditos do palácio.
O êxtase chegara por fim, num turbilhão difícil de escrutinar. Agarro-me a ti num abraço forte e sentido. Nada disto estava planeado, sequer idealizado da minha parte.
Após uns minutos que nos permitem compassar um êxtase múltiplo da minha parte, pergunto-te:
— Vamos seguir para a sessão em nu artístico? Estou vestida a preceito.
0 comentários:
Enviar um comentário