A música nem sempre ajuda. Tentamos puxar pelo lado racional, “está tudo bem, caramba!”, mas há aquela musicalidade com capacidade que nos eliminar o racional, que nos puxa para o pântano, que nos força a verter lágrimas, mesmo sem causa aparente.
Instala-se então uma solidão imensa. Daquelas que, por mais acompanhados que estejamos, nos parece gritar ao ouvido “não chega! Estás só!”, uma espécie de curved ball da qual ninguém está à espera.
O que fazer? Leio. Tomo como minhas as dores das mais diversas personagens. Imagino o que faria no lugar delas num passado longínquo em terras distantes. Extravaso no duche onde lágrimas nada mais são que água que sai de um chuveiro. Reconforto-me n prazer de um toalhão aquecido e fofo enquanto este me aconchega o corpo. Treino que nem uma louca para deixar o corpo exausto ao ponto do meu cérebro se conectar somente à dor física de músculos macerados.
É quando o passado nos assombra, na altura em que o cérebro está exausto ou ausente. É quando a tristeza ou a ira de momentos passados insistem em se impor em “e sses?”.
Mas a realidade sempre prevalece. Não haveria “e se” se o passado fosse realidade. E se não o é, é porque foi melhor assim. Não há passado bom se não se repercute na realidade.
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