Os dias correm devagar na tua ausência. Procuro ocupar-me, abstrair-me da falta que me fazes. Fujo para a minha serra mal o sol nasce, canso-me em altitude para regressar ao palácio e te sentir, de olhos fechados, em cada gota de água que me toca o corpo no duche. Respiro fundo e sorrio. Que capacidade a tua, de me provocares mesmo estando ausente.
Envolvo-me num toalhão, saio do duche e sigo descalça para a suite, deixando despreocupadamente pegadas molhadas atrás de mim. Enfio-me no primeiro vestido preto que avisto, coloco os óculos e rumo à secretária de trabalho. É-me difícil concentrar. A cada par de minutos desvio o olhar para o telefone, mas ele mantém-se com a negritude na tela. Suspiro. Onde estás? Recordo palavras de outrora e contorço-me num cruzar de pernas forçado a controlar o que sinto.
"És minha!" - sussurras-me tu. E eu aceno, ansiosa por seres meu também.
0 comentários:
Enviar um comentário