O tempo está estranho. Estranho como eu, que desde pequena carrego a mesma sensação de não me encaixar em lado nenhum. Já não se trata de uma questão de perfeição… não sou perfeita, nunca serei, e caminho devagar com esse facto assumido, sem que me cause incómodo. Não sou perfeita, e sei que isso faz todo o sentido.
Mas continuo assim, estranha. Feliz quando o sol brilha radiante, abatida quando a chuva cai. Ou o contrário, irritada por estar farta do sol, mas feliz ao pisar esta praia que é minha, sentindo a chuva no rosto enquanto caminho.
Fazes-me falta. Quão egoísta pode parecer dizê-lo, mas fazes-me falta. Sinto falta do teu toque, aquele que nunca tive, do aconchego de um abraço que segura tudo o que está prestes a desmoronar. Relembro em loop as conversas que já trocámos, o que queremos e não podemos. Estranho o teu silêncio, sabias? Quero-te aqui, presente, de forma constante, tão intenso quanto eu. Quero ouvir-te, sentir-te, cheirar-te. Quero sentar-me contigo na areia e conversar em silêncio, apenas a ouvir o mar. Faz sentido? Para nós, todo.
Fazes-me falta.
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