“Rejuvenesceste!” - dizes-me. E bem sei que sim. Quando nos encontramos no fundo, a única saída é subir e rejuvenescer, ou ficarmos encalhados no lodo.
Mas sinto-te num limbo, infeliz. E sofro com isso por não poder fazer nada que te ajude. Mas és resiliente e sei que, tal como eu, quando cabeça e coração entrarem em sintonia, tomarás a tua decisão.
Claro que não tens uma Eva ou uma Petra a orientarem-te. Mas terás sempre a Alice.
Recordo em tempos idos o que começou com um simples convite para um café após uma ida ao aeroporto. A conversa que se foi prolongando por dias, semanas, meses. Os encontros fugazes e envergonhados de ambas as partes até culminarem num encontro numa noite gélida de inverno, pele com pele que nada tinham de frio, um contacto finalmente concretizado e amplamente desejado por ambos.
- És tão apertada, Alice! Que semideusa és tu e por onde andaste até agora? - dizias-me. Mas ambos sabíamos que seria uma paixão intensa, mas curta no tempo.
No entanto, a tua corte continua. Acho-lhe piada embora não lhe consiga corresponder novamente. Os anos passam e nós mudamos com eles. Rejuvenescemos, como dizes.
Estiveste presente num dos períodos mais negros da minha vida. E eu estarei sempre presente na tua enquanto assim mo permitires.
Há paixões que terminam em ódio, ressentimento. E há outras, como a nossa, onde impera um respeito terno, rejuvenescido.
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