Vejo árvores despidas com os seus ramos frágeis ao vento, outras ainda de folhagens douradas. Sinto este isolamento, esta solidão instalada, por mais criaturas que estejam em meu redor.
Não é ao acaso, no entanto. Aquilo que por vezes julgo seguro e inabalável, por vezes ameaça com tremores. E com eles, uma fenda aqui, outra acolá, vão surgindo. O desgaste é por demais evidente. Tenta-se manter uma casa de pé sem os principais alicerces que a devem sustentar. Uma tarefa inglória.
Chega a tristeza. Aquela tristeza que se vai entranhando sem darmos conta, que nos ultrapassa a pele como o gelo polar e nos tenta estalar os ossos. Já é tarde e não se consegue ignorá-la. Escorrem lágrimas salgadas num rosto que se mostra já débil, cansado, exausto. Não se sabe bem porquê, mas coloca-se tudo em equação. Prós e contras de realidades alternativas.
E enquanto vou ponderando, vou acumulando tristezas, na esperança de me ver livre delas.
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