Estou no escritório em reunião, mas nada consigo reter. A ansiedade toma conta de mim com a expectativa de voltar a ver-te mais logo. Cruzo as pernas numa tentativa de me impedir de pensar em ter-te entre-pernas, de imaginar o teu cheiro, o teu sussurrar, a tua língua na minha.
Respiro fundo. Não está a resultar... tenho tantas, tantas memórias boas contigo que me dificultas a tarefa de me abstrair de ti. Só me imagino fundida a ti, num abraço quente, suado, em múltiplos gemidos como banda sonora. A tua voz que surge agora no meu ouvido, entrecortada pela movimentaçao rítmica, a dizer-me "Foda-se, Alice! Senti tanto a tua falta!".
Chamam-me. "O que acha, Alice? Está de acordo com estes KPIs?" - questiona-me o chefe. Saio do transe e observo os resultados projectados na tela. Felizmente conheço as métricas e respondo-lhe em conformidade. Satisfeito, ele continua a reunião e eu volto aos teus braços.
Não consigo responder-te. Só te sinto, reconheço-te, agarro-te, mantenho-me na nossa dormência enlouquecida de saia de vestido levantada e me invades o decote com a boca. Não. Não consigo pensar. Contigo é somente sensorial, não há tempo a perder e limito-me a responder-te com o olhar, com os meus gemidos, com o agarrar-te com mais força até explodirmos em simultâneo nos braços um do outro, batimentos cardíacos descompassados, respiração a tentar voltar ao normal, um beijo terno e sorriso cúmplice.
A reunião termina. Sinto a tensão no corpo quando me levanto. O chefe parabeniza-me e aperta-me a mão com afinco. "Tem a tarde livre, Alice. Aproveite para relaxar. Excelente trabalho!" - e segue para o seu gabinete. Pego no meu portátil e abandono a sala de reuniões. Já falta pouco para te ver, para te ter. E a minha ansiedade está ao rubro, o andar inseguro volta, o sorriso nervoso regressa.
Quero-te tanto.
1 comentários:
A antecipação de te voltar a ver não me sai da cabeça, desde a última vez que provei os teus lábios. Antecipo o momento que volto a olhar os teus olhos sorridentes por matar saudades de mim.
Penso cuidadosamente o que vestir, o que calçar, que relógio é acessório usar. Tudo é pensado ao pormenor para te agradar. Quero que sintas vontade de me abraçar e me arrancar um beijo. Eu sei que sinto vontade disso e muito mais. Quero arrancar as tuas cuecas com a boca, como outrora fiz. Mas desta vez não podemos. Não posso simplesmente encostar-te a uma parede e levantar o teu vestido e gozarmos um no outro. Sei que é essa a minha vontade, porventura a tua (quero eu acreditar). Mas desta vez apenas te posso pegar na mão e dizer como estás linda, como sempre.
Quero-te ardentemente, quero estar dentro de ti fundido. Local de onde nunca deveria ser permitido sair. Mas hoje não. Apenas um toque, um olhar, um beijo. Amanhã quem saberá?
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