Trabalhei interiormente todas as minhas preocupações ao longo desta semana. Segui entabulando acções e reacções, tentando catalogá-las de forma a conseguir compreendê-las. A mente humana é algo de dolorosamente fantástico, difícil, para não dizer impossível, de compreender. A minha, a dele.
Mas há algo que se impõe que tenho vindo a constatar. A (minha) intensidade afasta as pessoas (rasas). A (minha) crueza afasta as pessoas (manipuladoras). A impossibilidade de submissão (minha) afasta as pessoas (dominadoras).
Não tenho saído. O luto é assim. Exerce a sua força gravítica e impede-me de sair. Deambulo pelo palácio, espreitando na janela ao final dos dias, encarando o firmamento como o desfecho irremediável ocorrido entre nós. Todos os dias, a mesma dor a corroer-me lentamente por dentro. Todos os dias a cruzar informação do que foi e do que é. Todos os dias a querer criar conjecturas para te odiar sem chegar a esse objectivo.
E sigo neste limbo. Mesmo tendo fugido e forçado o final para o evitar, criei este limbo de amor/ódio tão diferentes, mas ambos tão intensos. Sigo nesta pestilência, de pijama, vendo a vida a acontecer lá fora em que nada tem da tua presença, nunca teve, mas que insiste em cada brisa, cada folha, cada passo meu por lá para me recordar que exististe, que estás algures na tua realidade, no silêncio dos teus dias, sem a minha presença no teu ouvido, assim como eu na tua ausência de palavras.
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