Vejo o meu reflexo espelhado. A tua (já longa) ausência provocou a minha introspecção. Este meu penoso defeito de querer e desejar ter e ser sempre o perfeito leva-me a exasperar e a questionar - "Para quê?". Parece que devo imenso ao mundo e que nunca chego nem perto dos calcanhares desse mundo, o que é um paradoxo já que conheço igualmente as minhas virtudes, tão bem quanto os meus defeitos e tenho perfeita noção do que valho perante o mundo. Eu sou eu, dona e senhora do(s) meu(s) destino(s), que coloca vírgulas e pontos - finais ou não - nas estórias que vou vivendo e tecendo e criando e escrevendo.
Confessavam-me aqui há dias que sou muito intensa (de bom), que vivo com igual intensidade, emoções, estórias, pessoas, palavras. Confessavam-me que há sempre quem julgue que a minha intensidade lhe é exclusiva, existente pela sua existência, como se de uma espécie de dedicação se tratasse. Desenganem-se.
Sou intensa, sim. Já escrevi, das mais diversas formas e línguas, que vivo e sinto muito o mundo. Mas sou dedicada a mim, apenas. Sou exclusiva a mim, apenas. E a minha intensidade existe e faz parte de mim e partilho-a contigo e com o mundo. Porque sou eu. Porque não sei, não consigo, nem quero ser de outra maneira. Porque nem tu, me consegues ver, tocar, ter de outra maneira.
Vejo o meu reflexo espelhado. Não podia desejar melhor.
Vejo o meu reflexo espelhado. Não podia desejar melhor.
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