Oh, foste tanto para mim! Preenchias as minhas fissuras até ao derradeiro dia em que decidiste menosprezar-me, como se eu fosse nada, nem coisa, muito menos pessoa. Vires agora ao meu encontro só pode ser uma de duas opções: ou fizeste uma tremenda asneira, estás ciente disso e tentas remendar a situação, ou, com a tua descomunal presunção, permaneces no alto do teu ego, qual entidade intocável, fingindo ser magnânimo com um ser inferior.
Se for esta última hipótese, estimo bem que te fodas. Nada, absolutamente NADA, justifica aquele desfecho. Nada, rigorosamente NADA, fiz para merecer o tratamento que me deste.
Sei bem que pessoas sinceras como eu são raras. Não me considero acima de ninguém, apenas compreendo que o política ou socialmente correcto governa o mundo, levando muitos a confundir sinceridade com floreados ou a aparência com um acto genuíno. Mas eu sou como sou. Não me escondo, nunca me escondi, por detrás de fachadas. Quando sofro, sofro. Quando estou bem, partilho a minha alegria com o mundo. Os sorrisos são contagiantes e são infinitamente mais gratificantes que a dor ou o sofrimento.
E tu, que me deste? Tudo, apenas para me rebaixares a nada? Isso só revela uma coisa: és uma nulidade, precisamente quando te consideras um tudo.
2 comentários:
Depreendo do seu texto, a arrogância de alguém que se considera superior, mas é na realidade, vazio e demonstrativo de uma arrogância inócua, sintoma de baixa inteligência emocional e falha de caráter. Lembre-se que tudo acontece por uma razão e mesmo o mais vulgar dos cabotinos, vai perder-se na sua própria impostura, quando tiver de lidar consigo próprio, apesar de todos os traços narcisistas (que considero implícito no que escreveu). Quem não tem coragem de enfrentar a verdade e lidar com sentimentos de forma honesta, não merece uma lágrima derramada e sem querer parecer demasiado paternalista, até porque não é aquilo que me atrai no seu blog, vou parafrasear alguém que um dia disse: “A mudança nunca é dolorosa, apenas a resistência à mudança o é”
Olá Alice, foste - e desculpa o tratar-te por tu -, a autora responsável por nao me desligar deste universo em que a alma se dá em caracteres, arremessada das entranhas cá para fora! Por alegrias, orgasmos da mente e do corpo, felicidade utópica, fome constante de mais. Ou medo, desilusão, ressaca, desencontro. Ou pontos finais. Novos capítulos.
Aqui e ali revejo-me nos teus tudos, nos teus nadas, apetece-me pedir-te "calma", mas entendo e admiro o seres - graças a ti e ao que(m) te fode a mente como escreves algures (nunca me esqueci. Adoro esta frase. Resume-me. Resume-nos?) - que zarpes e mergulhes, para dentro de ti e para o mundo em êxtase, nua e desprovida de "ses" e calmarias. Vibras como poucos seres, queres e desejas como poucos, dás como ninguém! És aqui e no que te inspira, genuína ao ponto de doer, ou fazer-nos - enquanto leitores -, duvidar que possas ser assim. Sempre. Por tudos e por nadas.
Sabes em que discordamos? Que o "a mais", o demais, o impossível te façam sofrer porque condenados a temporários. E almas pequenas, terrenas, supremas na lama em que se movem, castradas de nascença e incapazes de TE ver.
Antes cabotino que o anónimo, vil e desamparado lá onde o conhecem e desdenham.
O que nos aproxima Alice é a riqueza da diferença e a humanidade de, se nao nos percebermos, uma à outra, irmos ao encontro. Empatia, dizem. Também não será para todos.
Presumir, atirar para ferir, porque mais estonteante que matar, já que garante sofrimento ... também tem adeptos, (mas eu e tu nao trocaríamos por nada o encontro, o acerto, a descoberta, o valor da diferença).
Muita saúde para quem assim se enxergue, prepotente na ilusão, fornecida pela superioridade, mais que narcisista, nazi do sentir e da verdade.
D.E.P.
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