Terminamos assim, de acordo com o tempo que tudo deixa pouco visível, com um nevoeiro que se adensa e desmoraliza.
Faço uma pausa no trabalho, espreguiço-me enquanto espreito para lá da janela e suspiro profundamente. Essa tua superficialidade deixou-me exasperada. Levanto-me e sigo para os jardins do palácio, tentando no entanto afastar todo e qualquer contacto que tive contigo neste ainda passado recente. Isto tem-me consumido mais do que era suposto, quando deveria ser precisamente o contrário; uma fonte de bem-estar e leveza constantes.
Terei de te deixar ir, já que em nada me acrescentas ou alimentas. A minha intensidade não me permite esta pacatez, esta espécie de grande lago que se formou entre nós. Necessito das ondas, do vento, do ruído natural da minha praia, onde sei que, apesar do nevoeiro, o sol espreitará a qualquer momento.
Deixo-te um beijo nos lábios, esperando voltar a reencontrar-te com todas as borboletas na barriga que esse teu maravilhoso sorriso me proporciona.
Terminamos assim, de acordo com o tempo que tudo deixa pouco visível, com um nevoeiro que se adensa e desmoraliza.
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