Oiço o tamborilar da chuva lá fora entre delírios febris. Estou enfiada na cama, cobertores subidos até ao pescoço e tremo desenfreada. Não consigo distinguir desejos de realidade no meu presente estado. É confuso, difuso.
Lembro toques e beijos. Foram reais ou fruto da minha imaginação? Ouço a tua voz no meu ouvido, “vou cuidar de ti, Alice.”, mas olho ao meu redor e tudo o que me circunda é silêncio e escuridão.
Ainda assim, sinto o teu toque. O meu corpo está nu, suado pela febre que me assola, magro pela fraqueza de não me alimentar como deveria, mas o teu toque subtil está presente. Sinto-te na minha barriga, o teu “shhhh” apaziguador, a toalha fresca que me colocas no rosto.
Puxo-te para mim para tentar reconhecer-te, cheiro-te. És mesmo tu?
Perdi a lua cheia ontem. Sei que ela chamou por mim, mas não me mexi. Estou zangada, decepcionada? Mas estás aqui, tal como prometeste que voltarias. Sinto os teus lábios nos meus. Nada sexual, apenas terno. E finalmente adormeço, nos teus braços como na última vez.
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